sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A eficiência comunicacional na relação texto-legenda/fotografia

Uma análise do Jornal do Tocantins
A eficiência comunicacional
na relação texto-legenda/fotografia

Por Angélica Mendonça e Carlos Franco*
De maneira lata, quando se fala em fotografia jornalística ou fotojornalismo, fala-se, na atualidade, de fotografias que representem fatos e/ou eventos, e mais do que isto que disponibilizem um recorte desses acontecimentos, da realidade e que, dentre outras sensações e impressões que possibilitem ao seu receptor o ''testemunho dos fatos''.
A fotografia é um dos campos da informação que possibilita inúmeras subdivisões de gênero, dentre eles, o próprio fotojornalismo que, também abrange inúmeras variedades fotográficas, como por exemplo, o fotodocumentarismo, cuja característica principal está na escolha e no planejamento estratégico prévios, do que e como se pretende fotografar.
Sousa (2004) considera que as fotografias produzidas com diferentes fins, que não o de serem veiculadas na mídia impressa, podem também se tornar fotografias jornalísticas. O autor define estas fotografias como sendo aquelas que possuem valor jornalístico [1] ''(...) e que são usadas para transmitir informação útil em conjunto com o texto que lhes é associado" (SOUSA, 2004, p. 11).O mesmo autor ainda ressalta que:
O fotojornalismo é, na realidade, uma atividade sem fronteiras claramente delimitadas. O termo pode abranger quer fotografias de notícias, quer as fotografias dos grandes projetos documentais, passando pelas ilustrações e pelos features (as fotografias intemporais de situações peculiares com que o fotógrafo depara), entre outras (SOUSA, 2004, p. 11).
Porém, mesmo considerando a afirmação de Sousa de que não há fronteiras delimitadas para o fotojornalismo, existem manuais que trazem algumas orientações que caracterizam a fotografia jornalística por meio de alguns critérios, em especial o da informatividade. O manual de estilo do jornal O Público, por exemplo, orienta que as fotografias produzidas para o veículo devem seguir os seguintes critérios:
(...) Como critério básico deve prevalecer a valorização de uma fotografia, que constitui um centro de atração visual, em detrimento da disseminação de fotografias, cuja carga informativa ou dramática tende a ser repetitiva e retórica. O diálogo dinâmico que deve existir entre fotos e texto não admite, porém, contradições flagrantes entre ambos. (...) O PÚBLICO privilegia a dimensão informativa e dramática das fotografias, mas não prescinde da sua utilização simbólica e de sinalização gráfica (...) (Manual de estilo do Jornal O Público; Disponível em: <http://www.publico.clix.pt/nos> Acesso em: 13 de fevereiro de 2006)
Já a editora de fotografia do Jornal do Tocantins (JTO), Chirlis de Souza, aponta o poder de síntese da imagem como um dos principais elementos que uma fotografia deve conter para ser publicada na primeira página do jornal ''A foto tem que falar. A foto complementa o texto. Hoje a fotografia é o que chama atenção (...)" (Chirlis de Souza, entrevista realizada na 1º quinzena de agosto de 2005).
Partindo do pressuposto de que a informação jornalística deve ser objetiva e eficiente, entende-se, no caso específico dos jornais e periódicos, que os textos e fotografias precisam necessariamente conter informações complementares, ou seja, que se valorizem mutuamente, possibilitando um diálogo entre esses suportes, oferecendo informações sem ''ruídos'', sem confusões; por uma leitura fluida e a própria compreensão do leitor/receptor. Sousa mais uma vez aponta o que uma fotografia precisa ter para atrair leitores:
Uma imagem fotojornalística, para ter sucesso, geralmente precisa de juntar a força noticiosa à força visual. Só assim conseguirá, no contexto da imprensa, juntar uma impressão de realidade a uma impressão de verdade. (...) Numa fotografia jornalística, os elementos representativos devem ter um posicionamento tal que o observador consiga atribuir claramente à mensagem fotográfica um determinado sentido (SOUSA, 2004, p. 115).
O manual do jornal O Público acrescenta ainda que neste veículo ''(...) fotografia e texto estabelecem uma relação dinâmica, permanente (...) Por isso, a fotografia não é (...) um gênero menor ou um mero suporte ilustrativo, mas um contraponto informativo e dramático do texto.'' (Disponível em: <http://www.publico.clix.pt> Acesso em: 13 de fevereiro de 2006)
Os planos fotográficos
A análise da fotografia, neste estudo, basear-se-á na descrição dos elementos presentes nos planos da imagem. Desta maneira, torna-se conveniente e necessária uma breve conceituação sobre o que vem a ser o plano fotográfico.
Ressalta-se, contudo, que essa definição tem o objetivo de apenas tornar a leitura e a compreensão desta pesquisa mais acessível.
A imagem fotográfica é constituída por diversos elementos (cores, texturas, iluminação, ângulos e planos, dentre outros) que lhe conferem diferentes características tais como beleza, impacto e informatividade. Todos estes elementos são importantes para a compreensão da imagem, contudo, neste estudo, que objetiva identificar os tipos de relações entre legendas e fotografias nas capas do Jornal do Tocantins, os planos fotográficos serão o ponto de partida para a realização da análise e descrição das fotografias.
A seleção de ângulos, tonalidades e iluminação em uma foto ficam sob a tutela de quem fotografa. Desta maneira, um mesmo evento pode ser registrado de diferentes modos, enfatizando diferentes informações e, conseqüentemente, causando diferentes impactos no receptor, o que justifica dizer que a fotografia não é um espelho da realidade e, sim um recorte dessa realidade sob um ponto de vista, o do fotógrafo.
Toda imagem fotográfica se materializa em um ou vários planos fotográficos. De maneira generalista, o plano fotográfico pode ser definido como as seqüências de representações de elementos (pessoas, objetos paisagens e afins) dentro da fotografia.
Existem inúmeros tipos de planos, que recebem diferentes denominações conforme o ângulo de tomada da imagem, ou seja, conforme a posição do fotógrafo em relação à cena e/ou objeto fotografado. Os planos se organizam dentro do enquadramento da imagem que ''corresponde ao espaço visível representado na fotografia'' (SOUSA, 2004, p. 67).
Texto jornalístico: legenda e fotolegenda
É função do jornalismo informar, pois ''os discursos jornalísticos incidem sobre o real. [S]endo assim, que se concretiza sua função informativa" (SOUSA, 2004, p. 66). Para noticiar acontecimentos e/ou eventos, o jornalista pode recorrer a diversos tipos de textos, podendo ser argumentativos, narrativos, descritivos, expositivos, etc.
Os tipos de textos também são categorizados quanto ao gênero jornalístico, os quais são correntemente tipificados em: notícia, entrevista, crônica, editorial, artigo etc. Porém, esses gêneros jornalísticos variam e evoluem conforme os momentos e contextos sócio-histórico-culturais. As fotolegendas e as próprias legendas, por exemplo, são gêneros jornalísticos largamente utilizados nos dias atuais.
Esta evolução dos gêneros jornalísticos é pertinente e natural, pois os jornais impressos, hoje, se destinam a um público muito variado, composto por diferentes classes sociais, com níveis de escolaridade e econômicos distintos. Esta variedade de alvos também faz com que a linguagem e a estruturação dos textos jornalísticos primem pela objetividade, tornando-se acessíveis a todos os tipos de classes sociais alfabetizadas.
Porém, não se deve confundir clareza com imparcialidade, posto que, dentro da comunicação, este conceito, é impraticável. Somente possível, lembra Eulálio Ferrer Rodriguez (19??) citado por Erbolato (1991) ''(...) quando se refere a fatos inquestionáveis, como o estado do tempo, os resultados esportivos, os horários de transporte e o anúncio de espetáculos." (ERBOLATO, 1991, p. 91)
Neste estudo nos detemos à análise das legendas e textos-legenda, bem como das fotografias que as acompanham, publicadas nas capas do Jornal do Tocantins. Desta maneira, também para proporcionar uma leitura mais confortável, apresentamos, a seguir, os conceitos sobre essas duas categorias de textos informativos, segundo o ''Manual de redação e estilo do jornal O Estado de S.Paulo'' e outros autores.
É importante ressaltar que o presente artigo optou por utilizar o manual de redação e estilo do Estado de S.Paulo - Estadão, devido à inexistência de um manual de redação próprio do Jornal do Tocantins. Segundo o editor-chefe do jornal, Sebastião Pinheiro, o jornal possui apenas um ''Guia de normas de editoração'', o qual se baseia principalmente nas normas de estilo do Estadão. ''O jornal não possui seu próprio manual, mas apenas, um Guia de normas de editoração elaborado por mim e por outros colegas jornalistas na época da fundação do jornal em Palmas'' (em conversa via telefone, no dia 12 de março de 2006)
Sobre as legendas, podemos dizer que de maneira geral elas vêm logo abaixo das fotografias e trazem ou deveriam trazer informações referentes às referidas imagens. Por certo cada veículo, principalmente os grandes jornais, possuem o seu próprio manual de redação e estilo, onde estão descritas todas as normas de conduta gramatical do veículo. Segundo o Manual de Redação e Estilo do Estadão, as legendas devem:
(...) sempre que possível, cumprir duas funções, simultaneamente: descrever a foto e dar uma informação ou opinião sobre o acontecimento. O uso de dois pontos é recomendável, até por ser um elemento facilitador. A não ser em casos excepcionais, toda legenda do Estadão tem uma linha de texto (Estadão, 1998 p. 159).
Guran (1992) por sua vez ressalta que ''no caso do jornalismo, naturalmente, a legenda deve compreender as informações circunstanciais que de resto são parte integrante da notícia, como nomes, locais etc." (GURAN, 1992, p.58).
Todas as fotos necessitam de epígrafes. São raríssimas as fotos que se sustentam por si só. Se o primeiro que atrai ao leitor na página é a fotografia, imediatamente depois ele quererá saber quem está na foto e por que foi usada. (a tradução é nossa - CUARTEROLO; LONGONI, 1996, p 25).
O texto (legenda ou texto-legenda) que acompanha uma fotografia é de extrema importância para que o leitor se interesse pelo conteúdo completo da matéria, a qual estes elementos representam. É o que diz Peregrino quando afirma que ''entre a foto e a legenda se estabelece uma relação mais imediata, que influi na percepção, leitura e compreensão da imagem fotográfica" (PEREGRINO, 1991, p.46).
Sobre o texto-legenda, Erbolato define como ''(...) o texto que se coloca em uma foto, mostrando em poucas linhas, o que ela representa. Deve-se fugir à explicação do que é obviamente já se vê no clichê, pois seria redundância. Nada de lugar-comum'' (ERBOLATO, 1991, p.76). Já o manual do Estadão traz as seguintes informações sobre o texto-legenda:
Como é ao mesmo tempo uma notícia e uma legenda, deve, por isso, descrever a fotografia e relatar o fato em linguagem direta e objetiva (...) O ideal é que o texto-legenda contenha pelo menos duas frases, a primeira descritiva e a segunda complementar e informativa como título, reproduza algum pormenor da notícia ou mesmo a sintetize (...) (Estadão, p. 281)
Com base nos conceitos expostos sobre fotografia e textos jornalísticos, leia-se legenda e textos legenda, consideraremos que a eficiência comunicacional entre texto e imagem no jornalismo impresso está na correspondência dos elementos apresentados nos planos fotográficos com as informações contidas no(s) texto(s) que lhes acompanham.
Metodologia e objeto de estudo
Nesta pesquisa trabalhar-se-á partindo da hipótese de que a eficiência informacional ou comunicacional entre fotografia e texto ocorre quando os elementos retratados (pessoas, objetos, locais e afins), presentes nos diferentes planos5 das fotografias, são complementados [2] pelas informações contidas nas legendas e/ou textos-legendas e vice-versa.
Porém, vamos tentar observar a nossa suspeita de que o objeto de estudo selecionado para a realização desta pesquisa não apresenta informações suplementares em relação à imagem, sendo apenas descritivos, em sua maioria.
Os principais objetivos deste estudo consistem em identificar e classificar os tipos de relações entre texto, (leia-se, legendas e textos-legenda) e imagem (leia-se, fotografias) ocorridos nas capas do Jornal do Tocantins.
Para alcançar tais objetivos, esta dissertação utilizar-se-á dos seguintes procedimentos metodológicos descritos a seguir.
Para o desenvolvimento desta monografia, foi realizado um estudo teórico e prático, sendo este efetuado por meio de uma pesquisa exploratória, com revisão bibliográfica, seguida de análise documental e de conteúdo. É importante ressaltar que a pesquisa foi embasada em uma análise de conteúdo, que segundo Bardin (1977 apud YOSHIURA) é:
(...) um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens. (Bardin, 1977 apud YOSHIURA; SILVA, 2002, p. 8).
Dentro da análise de conteúdo, utilizou-se da técnica de análise estrutural, que para, Corrêa e Júnior (2005) ''(...) parte do pressuposto de que todo texto é uma realidade estruturada, que não se revela pelo conteúdo manifesto, pois se encontra implícita. A estrutura é entendida como uma realidade oculta do funcionamento da mensagem a ser desvelada pelo analista'' (CORRÊA; JÚNIOR, 2005, p. 302).
Para tornar a análise dos textos mais delimitada e objetiva, optou-se, como opção de análise estrutural, por utilizar a análise sintática, posto que esta técnica visa a especificar a estrutura interna e o funcionamento das frases e palavras dentro das línguas naturais. Quanto à análise das fotografias, baseamo-nos na observação e descrição dos elementos apresentados na decomposição geométrica e semântico-imagética de seus planos.
A revisão bibliográfica foi realizada com fins de embasamento teórico quanto à utilização e às características da fotografia e das legendas e textos-legenda, em veículos de mídia impressa, bem como na conceituação e apresentação das características inerentes aos dados estudados (fotografia de imprensa e texto jornalístico); visando contextualizar o leitor sobre o tema tratado nesta produção científica. Vale ressaltar que o levantamento bibliográfico também possui o objetivo de apresentar considerações a respeito do tema aqui tratado a fim de tornar a leitura deste trabalho mais confortável e esclarecedora.
A promoção da pesquisa descritiva, como não poderia deixar de ser, descreve o que foi percebido durante o processo de estudo e análise desta produção monográfica. Esta modalidade de pesquisa oportuniza o esclarecimento de características e fenômenos ocorridos no objeto de estudo.
A pesquisa documental se refere à etapa em que se realizou a seleção das edições do Jornal do Tocantins a serem analisadas.
Para que o trabalho fosse completado em seus objetivos propostos, foi utilizado o método dedutivo, que parte de premissas e pressupostos teóricos para buscar comprovação ou negação da hipótese apresentada. A técnica de análise e síntese também está presente dentro da realização da análise sintática.
A análise está dividida em três etapas. A etapa primeira consiste na descrição das fotografias conforme os elementos retratados nos seus planos. Na segunda etapa, os textos serão analisados a partir da análise sintática, que pretende identificar a informação enfatizada no texto, utilizando-se da quantificação dos elementos sintáticos enfatizados em cada texto.
Por último, será feita uma comparação entre os elementos retratados e os elementos enfatizados no texto para posterior classificação da relação entre texto e imagem. É importante salientar que essas classificações serão embasadas nos casos apresentados por Vanoey (complementação, contradição, ilustração, ornamento e texto subordinado à imagem), descritos no capítulo 1 desta dissertação. Por fim, pretende-se apresentar o tipo de relação entre texto e imagem com maior índice de ocorrência nas capas analisadas.
Análise sintática
É conveniente ressaltar que, neste estudo, procurou-se desenvolver a análise sintática de uma maneira elementar, posto que o objetivo do trabalho está apenas na identificação da informação enfatizada no texto e não na realização de um tratado sobre "sintaxe lingüística no jornalismo impresso".
A gramática da língua portuguesa pode ser divida em três partes: fonética, morfologia e sintaxe, sendo esta última ''(...) a parte da gramática que se ocupa das combinações e das relações das palavras na frase'' (MOURA, 1996, p. 222). Ainda segundo este autor, os conceitos elementares da análise sintática, dentre inúmeros outros são: frase, período e oração. Partindo da idéia de que determinados conceitos nem sempre são memorizados apresentamos a seguir as definições desses termos.
Frase: palavra ou conjunto de palavras que têm sentido completo (sintagma);
Período: é o trecho formado por uma ou mais orações; podem ser simples (formado por uma oração) ou composto (formado por duas orações);
Oração: é uma frase ou parte de uma frase que se organiza em torno de um verbo ou de uma locução verbal;
Considerando que o leitor trabalha em um nível mais contextual da informação, a análise sintática se dará também de maneira contextual, ou seja, observando os elementos sintáticos com maior freqüência de utilização em cada texto. Neste estudo, a análise dos textos será realizada a partir de uma análise sintática estruturalista, ou seja, os textos serão desmontados em sintagmas, que são os elementos mínimos da enunciação dentro de uma frase e/ou período.
Em seu livro ''Lingüística aplicada ao português: sintaxe'', Koch e Souza discorrem sobre o sintagma, que, segundo as autoras ''(...) consiste num conjunto de elementos que constituem uma unidade significativa dentro da oração e que mantêm ente si relações de dependência e de ordem'' (KOCH e SOUZA, 2001, p.14).
As autoras apontam que a natureza do sintagma depende do seu núcleo, podendo ser verbal (quando o verbo é o núcleo); nominal (quando o núcleo é um elemento nominal); adjetivais (quando o núcleo é um adjetivo) e os sintagmas preposicionados (quando são formados por preposição e sintagma nominal). Ainda segundo a obra ''na estrutura da oração, em sua forma de base, aparecem como constituintes obrigatórios o sintagma nominal e o sintagma verbal''. (KOCH e SOUZA, 2001, p.14)
A análise sintática das enunciações escritas será realizada por meio da identificação dos elementos sintáticos (sujeito, objetos direto e indireto, advérbios e afins), [7] dessas enunciações. É importante ressaltar que a análise sintática pode ser realizada em diferentes níveis e que cada texto tem uma maneira específica de ser analisado.
Neste estudo, o objetivo é trabalhar com as funções sintáticas estruturais do texto, desmontando estes textos em sintagmas, observando-os em um nível elementar, ou seja, de maneira objetiva, posto que o texto jornalístico também se apresenta e, é ou deveria ser construído de maneira objetiva.
A escolha de uma análise mais elementar também se justifica pelo fato de o objetivo desta dissertação ser o de identificar elementos sintáticos que correspondam aos elementos apresentados na imagem fotográfica, desconsiderando os elementos textuais que tendem à adjetivação ou verbalização. O objetivo e observar os elementos sintáticos que chamam a atenção em relação à imagem e se há interação entre os mesmos.
Amostra e objeto de estudo
O material selecionado para realização do presente estudo constitui-se de seis edições do Jornal do Tocantins, publicadas no mês de dezembro de 2005, das quais serão analisadas todas as fotografias acompanhadas de legendas e textos-legenda.
Trata-se de uma amostra probabilístico-dedutiva, que, segundo os autores Corrêa e Júnior (2005), agrega o benefício da aleatoriedade. A amostra se refere às terças e sextas-feiras do referido mês.
A escolha das terças e sextas-feiras é justificada por estes dias da semana serem, respectivamente, o primeiro e o antepenúltimo dia de circulação do jornal, já que não há circulação do periódico às segundas-feiras. Desta maneira, acredita-se que tal amostra se torna representativa e suficiente para realização do presente estudo.
Ainda sobre a amostra escolhida, vale ressaltar que a mesma se refere ao período de férias e festas de fim de ano, o que também possibilita uma breve apreciação do agendamento e produção jornalística do veículo neste período.
Breve histórico do Jornal do Tocantins:
Eelucidando e contextualizando o objeto
O Jornal do Tocantins (JTO) tem como data de fundação 18 de maio de 1979. Atualmente, o veículo é o maior jornal impresso, em número de páginas e tiragem que circula no Estado do Tocantins. O jornal pertence à Organização Jaime Câmara, fundada no estado de Goiás.
O Jornal do Tocantins segue a linha editorial do grupo ao qual pertence, a Organização Jaime Câmara, composto também por emissoras de tevê (afiliada da Rede Globo) e rádio. Ou seja, uma linha que tem como diretrizes centrais a ética, a responsabilidade e o compromisso social. (Sebastião Pinheiro, entrevista em 9 janeiro de 2006)
A primeiras edições do JTO eram quinzenais e em formato tablóide. Na época da criação do Tocantins, final da década de 80, o JTO era distribuído gratuitamente aos órgãos públicos. Pouco tempo depois, o veículo teve grande índice de crescimento, o que acarretou mudanças quanto à sua política de distribuição. Logo, o JTO passaria a ser vendido em bancas e também por assinaturas. Assim, a periodicidade do veículo passa a ser semanal.
Em 25 de outubro de 1991, os leitores teriam acesso ao JTO duas vezes por semana: às terças e sextas-feiras. Seis anos depois, em março de 1998, a equipe que produzia o jornal foi transferida para Palmas, disponibilizando o jornal nas bancas diariamente, de terça a domingo.
Nessa época o jornal era editado em Palmas, mas impresso em Goiânia. A partir da edição de nº 2.730, do dia 5 de fevereiro de 2002, o JTO passa a ser impresso em Palmas. Porém, só em julho de 2005, a partir da edição de nº 3.421, de 19 de julho de 2005, o jornal passa a ser impresso no Parque Gráfico da Organização Jaime Câmara, em Palmas.
Atualmente o JTO possui uma tiragem de seis mil exemplares diários e nove mil exemplares nos fins de semana (sábados e domingos), distribuídos nos municípios do Estado.
Análise da eficiência nas capas do jornal
Aqui, como o próprio título do mesmo sugere, serão descritos e analisados os conteúdos das fotografias conforme a apresentação dos seus planos, bem como a ênfase da informação textual, por meio da organização sintática das enunciações contidas nas legendas e textos-legenda que as acompanham.
Os dois conteúdos serão correlacionados para, por fim, serem classificadas as relações entre textos e fotografias conforme os casos apresentados por Vanoey, descritos no capítulo 2 desta pesquisa.
A análise se apresenta de maneira descritiva e comparativa e é iniciada de maneira crescente conforme a data de publicação (de 13 a 30 de dezembro de 2005) das edições selecionadas para análise. A amostra escolhida para a realização deste estudo perfaz um total de nove fotografias e nove textos (legendas e textos-legenda).
Caso 1:

Reprodução

Fig. 1
Recorte da capa da edição nº 3.547, de 13.12.2005 (terça).
Informações gerais da fotografia: foto pequena (14 cm x 7,9 cm), no formato retangular, horizontal, localizada na parte inferior da página
Crédito da fotografia: Lia Mara
A fotografia apresenta, em primeiro plano, três homens agachados à beira de uma avenida, manuseando objetos e ferramentas. Um desses artefatos, segurado pelo homem da direita, assemelha-se a um esquadro e o outro apresenta-se como sendo um cilindro de metal, também manuseado pelo homem da direita.
Em segundo plano, à esquerda da foto, aparece um caminhão estacionado.
Ao fundo, em terceiro e último plano, uma avenida com uma moto trafegando.
A legenda da referida imagem é composta por uma frase e segue transcrita, ''Pardais eletrônicos são reinstalados na avenida NS-2, em Palmas''.
Conforme a análise sintática esta frase apresenta um sujeito: ''Pardais eletrônicos (...)''; uma locução verbal: ''(...) são reinstalados (...)'' e dois adjuntos adverbiais de lugar: ''(...) na avenida NS-2, em Palmas''.
Com base na decomposição da frase em sintagmas, pode-se considerar que, na legenda, predominam os sintagmas (dois) que se referem ao lugar onde os pardais estão sendo reinstalados, ou seja, onde a ação está ocorrendo.
Comparando os elementos sintáticos do texto com os elementos presentes nos planos da imagem, verifica-se que os primeiros (que dão ênfase ao local da reinstalação dos pardais) não correspondem às informações contidas na imagem.
Na fotografia, o local de reinstalação dos pardais, aparece em último e terceiro plano, inclusive, sem qualquer referência à avenida citada no texto (NS-2 ou Palmas). Vale ressaltar que mesmo os elementos presentes no primeiro plano da imagem não correspondem às informações enfatizadas na legenda.
Desta maneira, as informações enfatizadas no texto e na imagem se "contradizem", cada qual evidenciando elementos distintos, quando deveria existir uma convergência da informação escrita e visual.
Suporte: fotografia e legenda
Fotografia em relação ao texto: contradição
Caso 2:

Reprodução

Fig. 2
Capa da edição nº 3.550,
de 16.12.2005 (sexta).
Reprodução

Fig. 3 Recorte da capa da edição nº 3.550,
de 16.12.2005 (sexta).
Informações gerais da fotografia: Foto média (14,8 cm x 13 cm), no formato quadrado, localizada ao centro da página
Crédito da fotografia: Lia Mara
A fotografia apresenta em primeiro plano dois homens; o da esquerda com as mãos cruzadas e o da direita segurando um cartaz que apresenta o seguinte texto: ''PCCV JÁ! DIREITO DO TRABALHADO''. Neste ponto é conveniente uma observação sobre o texto do cartaz. Acredita-se que a palavra TRABALHADO na verdade seja originalmente TRABALHADOR e que a letra ''R'' tenha sido suprimida durante a diagramação da capa, fato este que não interferirá em nossa análise, sendo apenas uma ressalva.
No segundo e terceiro planos, observa-se um número grande de pessoas sentadas e mais dois cartazes erguidos.
A composição geral da fotografia, com grande número de bancos e espaço amplo, faz crer que o local onde estas pessoas estão seja um auditório. A fotografia descrita é acompanhada pela legenda: ''Servidores da saúde fazem protesto pacífico pedindo votação do PCCV ainda este ano''.
A legenda é uma frase com período composto, ou seja, formada por duas orações. A primeira oração identifica as pessoas retratadas na fotografia como sendo ''servidores da saúde'', e esclarece o ato praticado por eles, que é um ''protesto pacífico''. A segunda oração: ''(...) pedindo votação do PCCV ainda este ano'', acrescenta a informação sobre o prazo em que os servidores desejam que a reivindicação seja executada.
Desta maneira, considera-se que o texto descreve e explica a imagem fotográfica. No final da legenda apenas uma informação é acrescentada. Entretanto, grande parte do texto serve para identificar e explicar os elementos retratados na fotografia.
Desta maneira, considera-se que o texto é subordinado à fotografia, pois descreve e explica a imagem, não acrescentando informações suplementares como, por exemplo, o significado de PCCV, mas apenas a intenção dos servidores de que a votação seja realizada ainda em 2005.
Suporte: fotografia e legenda
Relação fotografia texto: texto subordinado à fotografia
Caso 3:
Reprodução

Fig. 4
Capa da edição nº 3.553
de 20.12.2005 (terça).
Reprodução

Fig. 5
Recorte 1 da capa da edição
nº 3.553 de 20.12.2005 (terça).
Informações gerais da fotografia: Foto pequena (8,9 cm x 8,3 cm), no formato quadrado, vertical, localizada à direita da página
Crédito da fotografia: divulgação
Em primeiro plano, no canto direito inferior, a fotografia apresenta parte do rosto de uma menina; ao centro o Papai Noel e no canto esquerdo inferior, dois meninos. Em segundo plano, uma multidão e, em último e terceiro plano, o cenário ou local do acontecimento retratado.
A fotografia é acompanhada pelo texto-legenda: ''Casa nova - Com a presença do Governador Marcelo Miranda (E) e do Prefeito Raul Filho (D), foi inaugurada ontem, na Praça dos Girassóis, em Palmas, a Vila do Papai Noel, que terá, entre outras atrações natalinas, presépios, igreja, coreto e parque infantil para crianças de até 12 anos''.
O texto é composto por uma frase que traz duas orações: ''Com a presença (...)'' e ''(...) que terá (...)''. Nossa análise corresponde apenas à primeira oração da frase, posto que a segunda apresenta informações secundárias em relação à compreensão da notícia e da própria fotografia.
A primeira oração inicia com o adjunto adverbial de companhia: ''Com a presença do governador Marcelo Miranda (E) e do Prefeito Raul Filho (D) (...)''. Seguindo a análise, aparece a locução verbal: ''(...) foi inaugurada (...)''. Em seguida, o adjunto adverbial de tempo ''(...) ontem (...)'' e os dois adjuntos adverbiais de lugar: ''(...) na Praça dos Girassóis (...)'' e ''(...) em Palmas (...)''.
É importante frisar que a primeira oração se encontra na voz passiva, na qual o sujeito é indeterminado, [3] o agente da passiva [4] não é identificado, ou seja, quem inaugurou a Vila do Papai Noel não é colocado textualmente. Somente quem esteve presente na inauguração, o Governador do Estado e o Prefeito de Palmas. Apesar das duas personagens serem identificadas no texto pelas referências ''(E)'', que significa esquerda e ''(D)'', que significa direita, elas aparecem no segundo plano da imagem.
O Papai Noel e as crianças, que estão em primeiro plano, não são sequer mencionados no texto. Sendo assim, o texto enfatiza quem esteve presente e o local onde a inauguração ocorreu, por meio da presença de dois adjuntos adverbiais de lugar. Porém, o local não pode ser identificado na imagem e a única referência sobre o sítio aparece no último plano, o que não é coerente com o texto.
Partindo dos casos apresentados por Vanoey, consideramos que o texto aparenta ser subordinado à imagem, porém um segundo olhar faz perceber que ele e a fotografia, considerando os elementos retratados nos planos da imagem, apresentam informações paralelas; já que o primeiro (texto) dá ênfase ao local da inauguração, que só é sugerido e não identificável no último plano da foto.
As personagens identificadas nas primeiras palavras da legenda só aparecem em segundo plano e as pessoas (crianças e Papai Noel) apresentadas em primeiro plano, sequer são citadas textualmente. Não analisamos a última oração, pois é irrelevante para a análise comparativa entre foto e texto.
Suporte: fotografia e texto-legenda
Relação fotografia texto: texto subordinado à foto apresentando informações paralelas
Caso 4:
Reprodução

Fig. 6
Capa da edição nº 3.556
de 23 .12.2005 (sexta).
Reprodução

Fig. 7
Recorte da capa da edição nº 3.556
de 23.12.2005 (sexta).



Informações gerais da fotografia: Foto grande (18 cm x 12,2 cm), no formato retangular, horizontal, localizada no centro da página
Crédito da fotografia: Cleuber de Sousa
A imagem mostra em primeiro plano, [5] ao centro na parte inferior da imagem, embalagens de alimentos. Em segundo plano (da esquerda para direita) estão cinco pessoas, sendo duas mulheres, um homem e outras duas mulheres.
A primeira mulher, à esquerda da imagem, segura pacotes de alimentos e recebe outro pacote do homem à sua direita; a penúltima mulher à direita segura um pacote de alimento com um gesto de oferecimento também à primeira mulher à esquerda. A última mulher posicionada à direita da imagem não esboça qualquer movimento ou participação na ação de entrega de alimentos. Em terceiro e último plano está o fundo ou cenário da imagem.
A foto é acompanhada pela legenda: ''Representantes de entidades filantrópicas (e/p) recebem alimentos das mãos de Machado, Dulce e Elmecy''. A legenda é composta por apenas uma frase e uma oração. Que traz os seguintes elementos sintáticos: sujeito: ''Representantes de entidades filantrópicas (...)'', verbo transitivo direto: ''(...) recebem (...)'' e objeto direto: ''(...) alimentos das mãos de Machado, Dulce e Elmecy''.
Observa-se que a legenda descreve explicitamente a informação visual, informando que as duas pessoas (mulheres) que aparecem à esquerda na fotografia são representantes de entidades filantrópicas. Em seguida, nomeia as outras três pessoas (casal e mulher à direita) que aparecem na imagem.
Neste caso o texto permite outras observações que não apenas sintáticas.
A legenda fala em ''representantes'', contudo, na imagem só se observa uma pessoa recebendo alimentos. Existe aí uma incoerência da flexão de número do substantivo ''representantes''com a imagem apresentada, que mostra apenas uma mulher recebendo alimentos. Em seguida, o texto nomeia três pessoas que estão entregando alimentos, porém, na imagem só se notam duas pessoas com gestos que confirmam esta ação.
Com base nessas considerações, pode-se afirmar que o texto subordina-se à fotografia, pois explica o conteúdo da imagem, identifica e nomeia os elementos humanos nela presentes.
Porém, texto e imagem oferecem informações paralelas que se contradizem, dado que o primeiro traz informações em que todos os elementos humanos praticam a ação de entregar e receber alimentos, e na imagem observam-se apenas três pessoas praticando a ação descrita; apenas uma recebendo, uma efetivamente entregando e outra sugerindo uma entrega.
Suporte: fotografia e legenda
Relação entre fotografia e texto: texto subordinado à imagem com informações contraditórias
Caso 5
Reprodução

Fig. 8 Capa da edição nº 3.559
de 27.12.2005 (terça).
Reprodução

Fig. 9
Recorte da capa da edição
nº 3.559 de 27.12.2005 (terça).
Informações gerais da fotografia: Foto grande (18,5 cm x 19,9 cm), no formato quadrado, localizada ao centro da página
Crédito da fotografia: Cleuber de Sousa
A fotografia mostra em primeiro plano, desfocado, um arranjo ornamental, à direita da imagem, com uma vela acesa sobre a mesa. Em segundo plano, à esquerda da fotografia, aparece a figura de um religioso segurando um microfone.
No terceiro plano, pessoas sentadas em bancos de madeira. Por fim, em quarto e último plano, as paredes da edificação, que a julgar por todos os elementos apresentados na fotografia seria uma igreja ou templo religioso. A fotografia é acompanhada pela legenda: ''Arcebispo Dom Alberto Taveira durante celebração da Missa do Galo no sábado à noite, em Palmas''.
Nesta legenda não existe verbo [6] e, sim, uma expressão, ''durante celebração'', que equivale a um verbo. A realização da análise sintática só é possível com a existência de verbos. Desta maneira foi necessária a reescritura da frase utilizando-se de uma equivalência de termos onde o termo ''durante a celebração'' foi substituído por ''celebrando'' sem prejuízos para o sentido original da frase. Sendo assim a frase reescrita apresenta-se a da seguinte forma: ''Arcebispo Dom Alberto Taveira [celebrando] a Missa do galo no sábado à noite, em Palmas''
Reescrita a frase a análise sintática se apresenta da seguinte maneira: sujeito ''Arcebispo Dom Alberto Taveira (...)''; verbo transitivo direto:''(...) celebrando (...)''; objeto direto:''(...) a Missa do Galo (...)''; adjunto adverbial de tempo: ''(...) no sábado à noite (...)''; adjunto adverbial de lugar: ''(...) em Palmas (...)''.
Sendo assim, o texto descreve a foto, identificando o sujeito, o evento, quando este ocorreu e onde ocorreu. A imagem, por sua vez, retrata o sujeito, em segundo plano e sugere o local, em terceiro plano. Desta maneira, considera-se que o texto é subordinado à fotografia.
Suporte: fotografia e legenda
Relação fotografia texto: ilustração ou subordinação ao texto; ornamento
Caso 6:
Reprodução

Fig. 10 Capa da edição nº 3.562
de 30.12.2005 (sexta).
Reprodução

Fig. 11
Recorte da capa da edição nº 3.562
de 30.12.2005 (sexta).
Informações gerais da fotografia: Foto grande (19 cm x 13,9 cm), no formato retangular, horizontal, localizada no centro da página
Crédito da fotografia: Lia Mara
A fotografia apresenta, em primeiro plano, centralizado à direita da imagem, um homem carregando uma bicicleta, subido um barranco à beira de uma rodovia. Em segundo plano está o cenário da foto, duas avenidas.
A fotografia é acompanhada pelo texto-legenda transcrito a seguir: ''Barranco no caminho - Moradores do Jardim Aureny II e do Santa Bárbara reclamam das dificuldades de se chegar à rodovia TO-050 através da perimetral em razão da altura do barranco que se formou no nível mais alto da pista. O comerciante Antônio Fernandes Assis, 61 anos (foto), é um dos que vêm sofrendo com o problema. De acordo com o Detran-TO, passarelas estão sendo construídas na rodovia''.
'Moradores do Jardim Aureny II e do Santa Bárbara' sujeito; O texto é composto por três períodos. O primeiro, ''Moradores do Jardim Aureny (...)'' introduz a notícia, trazendo informações que não aparecem retratadas na imagem. O segundo se refere diretamente à fotografia, o que é evidenciado pela indicação ''(foto)''dentro do texto. Segue a transcrição dele: ''O comerciante Antônio Fernandes de Assis, 61 anos (foto) é um dos que sofrem com o problema''.
Considerando o que já foi exposto esta é a parte do texto que será analisada sintaticamente, dentro da qual o sujeito é ''O comerciante Antônio Fernandes Assis 61 anos'' e o predicado ''(...) é um dos que sofrem com o problema''. Desta maneira, podemos dizer que o período complementa o primeiro.
Podemos dizer que o texto, em relação à imagem é descritivo e confirma as informações apresentadas.
Suporte: fotografia e texto-legenda
Relação fotografia em relação ao texto: texto subordinado à fotografia
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Site da Organização Jaime Câmara: <http://www.ojc.com.br>
Notas
[1] O autor expõe a dificuldade em definir o que vem a ser ''valor jornalístico'', posto que cada veículo ou órgão de comunicação possui critérios específicos de valorização da informação. Porém, considera que o ''valor jornalístico'' se refere àquilo que tenha valor como notícia, à luz dos critérios de avaliação empregues pelos jornalistas.
[2] Entende-se por complementação o ato de complementar, ou seja, tornar completo, acrescentando alguma coisa, neste caso, acrescentando informações que despertem a atenção e a curiosidade do leitor, tornando a matéria jornalística atraente.
[3] Neste texto-legenda não se apresenta quem realizou a ação, portanto é um caso sui-generis quanto à informação jornalística, dado que esta deve ser clara e objetiva. Mesmo as autoridades públicas sendo identificadas no texto, não sabemos quem inaugurou a Vila do Papai Noel. Isto demonstra que a informação não é eficiente.
[4] Ver glossário.
[5] Neste caso as informações que transmitem a notícia na imagem estão contidas no segundo plano, já que o primeiro plano traz elementos estáticos que não acrescentam informações quanto ao texto e a análise aqui proposta.
[6] Neste caso houve uma transformação sintagmática de uma sintagma verbal em um sintagma nominal, onde omitiu-se o verbo substituindo este por uma expressão nominal, ''durante celebração''.

*Carlos Fernando Martins Franco é professor da Universidade Federal do Tocantins e documentarista. Angélica Mendonça é graduada em Jornalismo pela UFT.

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